17 de ago. de 2010

DEVANEIO OU UMA DOCE REALIDADE?

Trabalhar na argila tem sido algo muito gratificante. Meu sentimento de paixão, de amor ao primeiro toque, vem se revelando num amor incondicional a essa arte tridimensional.
Quando iniciei meu aprendizado, achei que estava devaneando, fantasiando um simples momento de minha vida. Erro meu. Este amor tem se mostrado duradouro e, para minha surpresa, parece que é um sentimento bem mais comum do que minha vã consciência acreditava. Tenho conhecido inúmeras pessoas tomadas por idêntica paixão, cada um ao seu modo, mas também com a mesma grande intensidade. Será um vício?
Meu desejo de criar uma escultura começa com algo que me acende o desejo interior de desenvolver uma idéia pouco nítida, embora já gerada em minha mente. O próximo passo é dar a forma inicial na argila, que parece sintonizar o meu desejo, conduzindo-me passo-a-passo ao resultado final. É neste ponto de transição que me sinto fundida ao barro, como um instrumento meio místico, sendo utilizada para conclusão de uma idéia inicial, então transformada em algo além de minhas expectativas. Sou uma sonhadora?
Hoje, no coquetel de confraternização do X Salão de Artes Plásticas na ESG, após receber a Medalha de Prata pela peça "La Cumparsita", fui elogiada pela artista plástica de grande renome, Carmem Florà, o que me foi imensamente honroso, em especial, pelas sinceras palavras que ela me dedicou. Fiquei emocionada pois ela sequer me conhecia e fez questão de me cumprimentar pelo meu trabalho.
São momentos como estes que me fazem ter certeza que não foi um mero devaneio, um capricho passageiro ou uma brincadeira. Ao contrário, foi uma das melhores decisões que tomei na minha vida.
Obrigada minha argila amada!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário. Isto me ajudará e muito.

Vento

Vento
resina com pó de mármore